01 fevereiro, 2012

Resenha: “Histórias Cruzadas” (2012)

Acabei de chegar do cinema após ver o filme “Histórias Cruzadas” e o filme é absolutamente incrível.  Não me surpreenderia se o longa ganhasse o Oscar de melhor filme, ao qual, juntamente com outros 3 Oscar’s, foi indicado e sendo, inclusive, um dos favoritos.  Pelo contrário, nem vi os outros filmes indicados ainda, mas acho que torcerei por esse filme.

Saí da sessão calada e assim continuei até chegar em casa, respondendo a conversa dos meus pais com monossílabas e pensando.  Vocês tem noção do quão difícil é me deixar calada?  Especialmente agora, já que tive que ficar quieta uns dias por causa de uma operação para retirar os sisos.  E eu fiquei quieta.  Sem forçar, sem nada, eu quis ficar quieta, eu não queria falar.

E sabem por que isso?

Porque eu descobri que falo demais.

Exatamente.  Estou sempre falando em como eu quero fazer a diferença e nunca faço nada.  Tenho 16 anos na cara e pouquíssimas ações para basear o meu discurso politicamente correto.
Pois bem.  Isso tem de mudar. 

E lá vou eu falando de novo...

Mas vamos a história!

A história é real, baseada em um romance também baseado em fatos reais, chamado “A Resposta”, ou “The Help”.

Conta a vida da escritora de “A resposta”, na vida real - Kathryn Stockett, no filme -  miss Skeeter Phelan (Emma Stone), que, tendo crescido em uma cidade do interior, nunca realmente se adaptou aos preconceitos lá previamente estabelecidos.

Impulsionada pelos absurdos que acontecem na cidade e pelo carinho por sua ex-babá, ela resolveu escrever o outro lado; quer dizer, a história das empregadas negras de Jackson, Mississipi, no início dos anos 60.  Com a ajuda de duas dessas empregadas que tornam-se suas amigas, Aibileen Clark (Viola Davis) e Minny Jackson (Octavia Spencer), além de uma editora conhecida de Nova York, Skeeter parte para essa perigosa e complicada empreitada. 

No entanto, encontrará grande resistência do conservador povo de Jackson, especialmente de uma de suas “amigas” Hilly Holbrook (Bryce Dallas Howard).

É uma história repleta de explícito preconceito, luta e revolta.  O que se mostra nas telas acontece até hoje em diversas partes do mundo, inclusive alguns cantos do Brasil. Preconceito, vou te contar, hein (!), é uma coisa que NUNCA vou entender.  Mesmo as pessoas criadas com esses valores, como será que não conseguem enxergar que uma cor de pele diferente da sua não passa simplesmente disso, algo diferente de você.  Por que se você pensar no termo “minoria”, quer dizer “menor quantidade”; no entanto, se você pensar bem, vários locais pelo mundo que chamam de minoria afrodescendentes possuem em sua maioria da população negros; logo, teoricamente, a “minoria diferente”, seriam os de cor branca.

Mas não me entendam mal! Não estou dizendo que isso importa.  Para mim, é mesma coisa que ser morena, loira, ruiva, azul, verde, roxo, vocês entenderam.   E eu não consigo, realmente não consigo, compreender como alguém possa ver uma diferença maior do que essa.

Felizmente eu espero e acredito que as coisas estão melhorando, eu realmente acho que o preconceito vem diminuindo ao longo dos anos e, quem sabe(?), talvez algum dia as poucas pessoas preconceituosas que restarem (porque sempre resta algum) serão classificadas como lunáticas e doentes, assim como sempre deveriam ser.

Mas, enfim, VOLTANDO a história  (O que eu tinha dito sobre falar demais, mesmo....?), as três personagens principais, Aibileen – a qual, apesar da sinopse, creio que seja a real protagonista dessa coisa toda -, Skeeter e Minny, são muito legais!

Como os personagens são, óbvio que com um toque literário &  cinematográfico, reais, pode se dizer bastante sobre eles.  Aí vão :

Aibileen é, na minha opinião, a personificação da imagem da mulher.  Sabe aquela imagem idealizada que junta a mãe, a avó e a criança?  Ao mesmo tempo sábia e trabalhadora, cuidadosa e corajosa, atenta e carinhosa, prendada e de coração puro, determinada e maternal.  Pois todas essas são qualidade que podem lhe ser aplicadas.  Nem sei se os diretores/roteiristas/escritora pensaram nisso, mas foi esse o impacto que sua imagem me causou.  Viola arrasou na atuação!

Minny é muuuuito divertida!  O personagem mais engraçado do filme, isso com certeza.  Seus comentários sarcásticos, sua determinação, força e sua tagarelice definem seu papel, com todo power e estilo gueto possível.  Mas o mais legal terei de dar crédito a Octavia Spencer, que eram seus olhos.  Ela os esbugalhava o tempo todo!  Eram muito expressivos.  Sua atuação também me agradou muito, talvez ainda mais do que a de Viola.

Skeeter.  O que posso dizer sobre ela?  No geral, nunca se adaptou no local onde viveu.  Bem, eu posso entender o porquê!  Ela está basicamente tentando encontrar seu lugar no mundo, e encontrou-o através da escrita.  Também tem sua boa dose de coragem e bom coração.  Acho que o sentimento que mais pode definir suas ações na trama é a compaixão, o que é muito bom, devo dizer.  É uma mulher bem.. qual é a palavra em português mesmo?  Não consigo lembrar... Ah! Vai em inglês mesmo: strong-minded. Adorei-a também.  Emma fez um ótimo trabalho.

Hilly Holbrook, como posso dizer com gentileza (?).. é uma vaca.  Querem uma definição mais precisa?  Ela me lembrou a Umbrigde de Harry Potter e a Ordem da fênix o filme I.N.T.E.I.R.O.  Acho que isso dá uma boa ideia da sua personalidade.

Charlotte Phelan (Allison Janney), mãe de Skeeter, é irritante, porém boa.  É mãe e, como mãe, ama; contudo, sua relação com a filha não é das melhores e nunca conseguiu propriamente aceitá-la do jeito que ela é.  Se encaixa perfeitamente na sociedade do interior, mas não possui, no entanto, todos os preconceitos do local.

Stuart Whitworth (Chris Lowell) representa a parte de romance da história que, apesar de não ser a principal, faz parte da vida de Skeeter.  Um clichê (que eu adoro, por sinal): os dois começam se odiando (Ranma e Akane like lol).

Celia Foote (Jessica Chastain) é uma personagem que vai ganhando importância ao longo da história.  Inocente, ingênua, divertida, amável, sem preconceito algum e meio louquinha, além de uma péssima cozinheira.  Mais uma comparação com um personagem de Harry Potter, mas essa só me ocorreu agora: me lembra um pouco a Luna crescida, ou como a imagino mais velha.  Em outras palavras, adorei ela! haha  

Constantine Jefferson (Cicely Tyson) é a antiga babá de Skeeter, quem realmente a criou e a quem Skeeter considera verdadeiramente como mãe.

E, por fim, Yule Mae Davis (Aunjanue Ellis).  Uma empregada que acaba indo trabalhar na casa de Hilly e terá uma participação crucial na história.

Já as 4 merecidas indicações ao Oscar foram essas:
1.       Melhor Filme
2.       Viola Davis – Melhor Atriz
3.        Jessica Chastain – Melhor atriz coadjuvante
4.       Octavia Specter – Melhor atriz coadjuvante

Adorei a atuação de Jessica Chastain, realmente, mas com a Octavia Spencer concorrendo... bem, eu votaria na Octavia.
A trilha sonora também foi muito bonita, mesmo não tendo sido propriamente indicada.  A lista é essa:

No.
Título
Artista
1.
"The Living Proof"
Mary J. Blige
2.
"Jackson” 
Johnny Cash and June Carter
3.
"Sherry"  
Frankie Valli
4.
"I Ain't Never"  
Webb Pierce
5.
"Victory Is Mine"  
Dorothy Norwood
6.
"Road Runner"  
Bo Diddley
7.
"Hallelujah I Love Her So"  
Ray Charles
8.
"The Wah-Watusi"  
The Orlons
9.
"Personality"  
Lloyd Price
10.
"Don't Think Twice, It's All Right"  
Bob Dylan
11.
"Let's Twist Again"  
Chubby Checker
12.
"Don't Knock"  
Mavis Staples




A música original pra o filme é a primeira, Living Proof e é muito bonita, por sinal!  Aqui vai:


E, por fim, vamos a direção.  Bem feita, mas a grande questão aí é que Tate Taylor é amigo de infância de Kathryn Stockett,tornando assim possível a criação desse filme e a denúncia de uma situação tão pesada e difícil.

Agora vai o trailer:



A capa do livro (Lerei. FATO.)



Não preciso dizer como eu recomendo, né?  Gostaram da resenha?  Vejam!  Não gostaram da resenha?  Vejam!  Acharam que deve ser legal?  Poxa, corram pro cinema!  Não acharam?  Corram mesmo assim!
Sério, gente.  Vale a pena. VEJAM.

(Tipo “Compre Batom. Compre Batom. Compre Batom.” Só q sem batom...)

Só uma última coisa para dizer a todos vocês e, com essa, eu me retiro:

You is smart. You is kind. You is important. 

Bjkss Pimpa ;)

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